No sábado, 19/01/13,
inauguramos a temporada do “lugar de comidas” com a cidade de Cunha, a
217 km de distância da cidade de São Paulo. Pela manhãzinha, caímos na
estrada.
Cunha é de uma graça serrana e artesanal,
por onde se anda, dá para se sentar e prosear, é de praça, é de igrejas
antigas, de estilosas construções. Tem trilha, tem cachoeira para se
escolher, escondidas por entre caminhos sedutores. Tem também muita
coisa bonita produzida pelos artesãos de lá…
Ao chegar à cidade, recebemos um
mapinha
no centro de informações turísticas, localizado próximo à Igreja Matriz
. Para ter acesso às atrações de ecoturismo, tem que sair da cidade
pela estrada Cunha- Paraty. Existe transporte coletivo, mas somente em
dias e horários específicos (vale a pena dar uma ligada antes), o que
dificulta para o visitante que estiver sem transporte próprio.
Uma estradinha de terra extremamente
encantadora, de vegetação rica, nos levou até ao Parque Estadual da
Serra do Mar. O parque conta com três trilhas, sendo duas monitoradas e
uma autoguiada. Percorremos somente a trilha autoguiada, de
aproximadamente 2 Km, com possibilidade de banhar-se na cachoeira.
Depois desta visita, já estava mais do
que na hora de almoçarmos. Voltávamos pela estrada de terra, quando
avistamos o restaurante da dona Cida, que cozinha em sua própria casa
para os visitantes. Um irresistível cheiro de doce de figo nos
recepcionou e deu pra perceber que ali se serve comida a toda hora.
O restaurante era um lugar aconchegante,
ambiente de mãe e de vó, gostoso de ver a paisagem pela janela. As
árvores dançavam lá fora anunciando a chuva, dona Cida tagarelava com
sua filha Sirley enquanto preparava os comes.
Éramos clientes, mas havia um clima de
visita, já que ao lado da comida havia o bule com café no qual um
menino, da família talvez, esforçava-se por pegá-lo tentando não
incomodar. Do seu fogão à lenha dona Cida nos convida a pegar arroz,
feijão, farofa de cenoura e de couve e a truta empanada, tudo
acompanhado com um suave suco de limão cravo. Vindo de um pesqueiro da
região, a truta aparenta ser a especialidade dali e logo à primeira
mordida é fácil de descobrir o porquê. É saborosa e leve e, por isso,
conseguimos comer em duas pessoas três grandes filés sem estufar e,
principalmente sem engasgar, afinal suas espinhas não ofereciam perigo.
Para os vegetarianos, há a opção de substituir a truta por ovo frito;
também existe a possibilidade de se deliciar com as muitas porções.
Nossa refeição foi acompanhada pela
mútua curiosidade entre nós e a dona Cida, que parecia muito orgulhosa
de fazer parte daquela comunidade, segundo ela, um lugar sem violência e
de cooperação entre os moradores. Que vontade de ficar mais um
bocadinho…
A chuva não só se insinuou como efetivamente veio. Nossos planos de encarar as águas geladas da cachoeira de Jericó foram por água abaixo,
rs… Assim, só nos restou voltar a Cunha, dar mais algumas voltas pelo
centro, comprar um licor de limão siciliano no Mercado Municipal e
voltar a São Paulo. Assim termina nossa aventura.
O restaurante da dona Cida fica
aproximadamente a 10 km da estrada Paraty-Cunha, na estradinha de terra
que leva ao Parque Estadual Serra do Mar.
O prato com direito a arroz, feijão, farofa de cenoura e de couve mais a truta saiu por R$20. Substituindo a truta por ovo frito, ficou por R$10.
Prometemos contar depois sobre o licor de limão, heheheh